terça-feira, 23 de setembro de 2014

Governo confirma 16 casos de chikungunya transmitidos no Brasil Além dos 16 casos autóctones, foram identificados 37 casos importados. Vírus provoca sintomas parecidos com dengue, porém mais dolorosos. O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (23), que foram identificados, ao todo, 16 casos autóctones de febre chikungunya no Brasil até o momento. Casos autóctones são aqueles contraídos dentro do próprio país. São dois casos no Oiapoque, Amapá, e 14 em Feira de Santana, Bahia. O país registrou também outros 37 casos importados, de pessoas que contraíram a doença em viagens a outros países. Na terça-feira passada (16), o ministério já tinha anunciado os dois primeiros casos de transmissão interna do vírus no país. Na ocasião, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que a pasta preparava uma série de medidas de conscientização para evitar a disseminação da doença. "Vamos reativar a iniciativa do Dia D de Mobilização, ainda em 2014, para que as famílias consigam evitar, dentro de casa, os focos de mosquito", citou. Outra medida citada pelo secretário na semana passada foi a expansão do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), índice que mede a presença do mosquito que transmite a dengue e o chikungunya. Segundo ele, o mapeamento é feito em cerca de 1,8 mil municípios, mas o ministério quer ultrapassar a marca de 2 mil municípios agora em outubro. "O índice sai em novembro, e dá aos prefeitos a informação detalhada por bairro, por região. Isso dá aos municípios cerca de dois meses para se preparar, antes que comece a transmissão. É o período para mutirão de limpeza, para a visita casa a casa", disse.

 
                                              Vírus chikungunya é transmitido por mosquitos Aedes aegypty (no alto) e Aedes albopictus (Foto: Douglas Aby Saber/Fotoarena-AFP Photo/EID Mediterranee) 
 
Chikungunya é transmitido por mosquitos Aedes
aegypti (no alto) e Aedes albopictus (Foto: Douglas
Aby Saber/Fotoarena-AFP Photo/EID Mediterranee)

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (23), que foram identificados, ao todo, 16 casos autóctones de febre chikungunya no Brasil até o momento. Casos autóctones são aqueles contraídos dentro do próprio país. São dois casos no Oiapoque, Amapá, e 14 em Feira de Santana, Bahia. O país registrou também outros 37 casos importados, de pessoas que contraíram a doença em viagens a outros países.
Na terça-feira passada (16), o ministério já tinha anunciado os dois primeiros casos de transmissão interna do vírus no país. Na ocasião, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que a pasta preparava uma série de medidas de conscientização para evitar a disseminação da doença. "Vamos reativar a iniciativa do Dia D de Mobilização, ainda em 2014, para que as famílias consigam evitar, dentro de casa, os focos de mosquito", citou.
Outra medida citada pelo secretário na semana passada foi a expansão do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), índice que mede a presença do mosquito que transmite a dengue e o chikungunya. Segundo ele, o mapeamento é feito em cerca de 1,8 mil municípios, mas o ministério quer ultrapassar a marca de 2 mil municípios agora em outubro.
"O índice sai em novembro, e dá aos prefeitos a informação detalhada por bairro, por região. Isso dá aos municípios cerca de dois meses para se preparar, antes que comece a transmissão. É o período para mutirão de limpeza, para a visita casa a casa", disse.
Como a contaminação teve início na região Norte do país, é possível que a expansão da doença seja mais lenta, segundo Barbosa. "Geralmente, a entrada da doença é pelo Rio de Janeiro, nossa maior entrada tropical de turistas. Mas queremos deixar claro que onde há mosquito da dengue, pode haver contaminação pelo chikungunya", explicou.
Entenda o vírus
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.
Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como as pessoas pegam o vírus?
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O risco aumenta, portanto, em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles também picam principalmente durante o dia. A principal diferença de transmissão em relação à dengue é que o Aedes albopictus também pode ser encontrado em áreas rurais, não apenas em cidades.
O chikungunya tem subtipos diferentes, como a dengue?
Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.
Quais são os sintomas?
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Em média, os sintomas duram entre 10 e 15 dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, porém, as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. De acordo com a OMS, complicações graves são incomuns. Em casos mais raros, há relatos de complicações cardíacas e neurológicas, principalmente em pacientes idosos. Com frequência, os sintomas são tão brandos que a infecção não chega a ser identificada, ou é erroneamente diagnosticada como dengue.
Segundo Barbosa, é importante observar que o chikungunya é "muito menos severo que a dengue, em termos de produzir casos graves e hospitalização".
Tem tratamento?
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
De acordo com Tauil, da SBI, os serviços de saúde brasileiros já estão preparados para identificar a doença. "Provavelmente quem vai receber esses casos são reumatologistas. Já escrevemos artigos voltados para esses profissionais, orientando-os a ficar atentos a pessoas provenientes de áreas em que há transmissão", diz o infectologista. Pessoas que apresentarem os sintomas citados e estiverem voltando de áreas onde existe a transmissão do vírus, como o Caribe, devem comunicar o médico.
Apesar de haver poucos riscos de formas hemorrágicas da infecção por chikungunya, recomenda-se evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) nos primeiros dias de sintomas, antes da obtenção do diagnóstico definitivo.
Como se prevenir?
Sobre a prevenção, valem as mesmas regras aplicadas à dengue: ela é feita por meio do controle dos mosquitos que transmitem o vírus.
Portanto, evitar água parada, que os insetos usam para se reproduzir, é a principal medida. Em casos específicos de surtos, o uso de inseticidas e telas protetoras nas janelas das casas também pode ser aconselhado.
Que medidas preventivas o governo brasileiro adotou?
Desde o ano passado, quando foram confirmados os primeiros casos de chikungunya no Caribe, o Ministério da Saúde começou a elaborar um plano de contingência do vírus para o Brasil. "Existe a possibilidade de transmissão em todo local que há mosquitos vetores", explica o secretário Barbosa.
O plano consiste em promover uma redução drástica da população de mosquitos nos arredores de onde os casos são identificados e orientar médicos, assistentes e profissionais de laboratórios de referência sobre como reconhecer um caso suspeito. Atualmente, seis laboratórios do país são capazes de fazer o teste para detectar o novo vírus.
Em 2010, o Brasil já tinha recebido três casos da doença do exterior: dois surfistas que foram infectados na Indonésia e uma missionária, na Índia.
Fonte: G1.com
Disponível em : http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/09/governo-confirma-16-casos-de-chikungunya-transmitidos-no-brasil.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário